Desemprego pode causar depressão e danos irreparáveis (Caso real)

Desespero

Por Ofertas de Emprego em Desemprego 22-05-2015


O Francisco (nome fictício) é um desses casos de desemprego e consequente depressão grave, que só conseguiu ser amenizada com o pedido de reforma antecipada.

Esta é uma história verídica de um individuo que foi patrão várias vezes, que teve vários negócios de sucesso, mas que por infortúnio e algumas decisões erradas na sua vida fizeram com que tivesse que pedir ajuda a um dos seus irmãos mais novos para conseguir ter trabalho.

Trabalhar com familiares não é propriamente fácil, sobretudo quando já temos uma larga experiência de vida e uma idade bastante superior aos demais. É preciso uma grande força de vontade e reconhecer que precisa de ajuda para recomeçar.

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O mercado de trabalho atual é cruel e muito diferente de há uns anos atrás. Além de estar fechado para certos setores, outros requerem conhecimentos avançados de tecnologias mais recentes. Depois ainda há a concorrência de jovens com muito talento acabados de sair das Escolas Secundárias e Universidades.

O Francisco viu-se nesta situação depois da sua última empresa ter desmoronado. Ainda trabalhou como comercial para um amigo, mas por pouco tempo. Viu-se na necessidade de pedir ajuda ao seu irmão, e por lá permaneceu durante 3 anos.

Durante esse tempo Francisco recebeu um voto de confiança do seu irmão para gerir a empresa quando ele não estivesse. Naturalmente isso foi-se enraizando nas suas funções bem como no ambiente de trabalho com os outros colegas. Era como se fosse um segundo patrão ou empregado responsável pelas operações.

No último ano o seu irmão decidiu colocar uma pessoa mais jovem a gerir um novo departamento de qualidade. Este departamento iria permitir à empresa certificar a prestação dos seus serviços, algo que os clientes estavam a exigir há algum tempo.

Este novo colaborador e as suas funções chocaram com o trabalho que vinha a ser desenvolvido pelo Francisco, ao ponto de este não compreender a sua importância dentro da empresa, e achar que o seu irmão estaria a querer substituí-lo nas funções. Francisco não aguentou a pressão, e numa discussão acesa decide abandonar a empresa em litígio com o seu irmão.

Segue-se o desemprego de longa duração

Francisco sempre descontou bastante para a segurança social devido aos seus ordenados enquanto patrão. Teve direito ao subsídio de desemprego durante 4 anos com um valor de cerca de 1000€, graças a essas comparticipações e à sua idade já avançada.

Durante o primeiro ano de subsídio, Francisco frequentou cursos de formação do IEFP e tentou manter-se ativo por esse caminho.

Apesar de conhecer muita gente e ter vários contatos conhecidos na industria e serviços, não conseguiu ter a coragem de pedir ajuda (um emprego) e provar a toda gente que iria mais uma vez conseguir superar as adversidades. Também não foi procurar trabalho porque ninguém lhe iria pagar aquilo que ele considerava justo pela sua experiência, e pelo que vinha recebendo no passado recente.

Francisco não foi capaz de se reinventar uma vez mais como tinha feito no passado com os seus negócios, e viveu 4 anos (duração do subsídio) no seu mundo, numa depressão crónica onde ninguém conseguiu entrar nem sugerir seja o que fosse. Teve consultas marcadas no hospital onde nunca ninguém o conseguiu levar, e foi uma vez a um psicólogo sugerido por um familiar, onde nunca mais quis colocar os pés.

O aproximar do final do subsídio de desemprego ia agravando cada vez mais a sua preocupação e a sua depressão, acabando por não resistir a colocar os papéis para solicitar a sua reforma antecipada.

A preocupação dos seus familiares foi sempre constante, várias pessoas tentaram resgatá-lo de um buraco que parecia não ter fim, e apesar de não estar curado da sua depressão crónica, a verdade é que a reforma veio dar-lhe alguma estabilidade emocional.

Conclusão final

O desemprego pode deixar marcas profundas como exemplificado neste caso. Não importa a idade que a pessoa tem, tudo depende da forma como ela encara a sua situação de desemprego.

Estar desempregado pode ser traumático ao ponto de deixarmos de acreditar em nós próprios e no nosso real valor. Perdemos a confiança e auto-estima, e acabamos por sofrer internamente para não causar sofrimento aos outros que nos são próximos. Isso pode paralisar o nosso cérebro e causar danos irreversíveis.

Se tem um amigo ou familiar numa situação destas, saiba que é preciso atuar cedo e não descriminar ou criticá-lo(a). Procure mostrar-lhe que ele(a) tem valor para superar mais uma dificuldade na vida, e para que não deixe de acreditar nele(a) próprio(a).