Por Ofertas de Emprego em Carreira 10-11-2025
Ser freelancer é sinónimo de liberdade. Trabalhas onde quiseres, defines os teus horários e escolhes os projetos que realmente te motivam. Mas essa liberdade também traz um dos maiores desafios da vida de freelancer: definir o valor justo pelo teu trabalho. Pedir demasiado pode afastar clientes. Pedir pouco pode desvalorizar o teu tempo e as tuas competências. Então, como encontrar o equilíbrio certo?
Antes de definires o teu preço, é essencial conhecer o teu mercado. O que outros profissionais da tua área estão a cobrar? Existem plataformas como a Malt, Upwork ou até grupos de freelancers em Portugal onde podes perceber as médias de preços.
Mas atenção — o valor de mercado é apenas o ponto de partida. Cada freelancer tem o seu contexto, experiência e qualidade de trabalho. Se tens anos de experiência ou ofereces um serviço altamente especializado, não tenhas medo de posicionar-te acima da média.
Ser freelancer não é apenas trabalhar por conta própria — é também gerir um pequeno negócio. Para definires o teu valor, deves começar por calcular todos os custos envolvidos, incluindo:
Equipamentos e software que utilizas;
Internet, energia e outras despesas fixas;
Impostos e contribuições para a Segurança Social;
Dias de férias (que não são pagos);
Tempo investido em formação.
Ao somar tudo, percebes quanto precisas de faturar mensalmente para ter um rendimento sustentável. Divide esse valor pelo número médio de horas que trabalhas por mês — e terás a tua taxa mínima.
Nem todas as horas de trabalho são cobradas. Reuniões, propostas, emails e tempo de gestão fazem parte do teu dia, mas raramente entram na fatura.
Por isso, adiciona uma margem ao teu preço para compensar essas horas não pagas. Por exemplo, se trabalhas 6 horas por dia em tarefas cobradas, mas passas 2 em tarefas administrativas, o teu preço por hora deve refletir as 8 horas totais de trabalho.
Definir o teu valor é apenas metade do caminho — a outra metade é saber justificá-lo. Mostra aos clientes o que torna o teu serviço diferente:
A tua experiência e especialização;
O impacto real do teu trabalho (exemplo: “Aumentei as vendas em 30% com esta campanha”).
Quando comunicas valor, deixas de ser apenas “mais um freelancer” e passas a ser um parceiro de confiança. E clientes que percebem o valor do teu trabalho tendem a discutir menos o preço.
Negociar faz parte da rotina freelancer. O segredo está em manter a flexibilidade sem comprometer a tua sustentabilidade. Se um cliente pedir desconto, oferece menos serviços pelo mesmo valor, ou ajusta o prazo — mas evita descer o preço diretamente.
E lembra-te: a melhor forma de justificar o teu valor é entregar resultados consistentes. Um cliente satisfeito é o melhor marketing que podes ter.
Ser freelancer é mais do que vender tempo — é vender valor. E para pedires o valor justo pelo teu trabalho, precisas de conhecer o teu mercado, calcular os teus custos e comunicar o teu valor com confiança. Quando sabes o que vales, os clientes certos não te pedem descontos — pedem disponibilidade.