O Currículo é melhor com ou sem fotografia?

Quando estamos à procura de um novo desafio profissional, o currículo é o nosso cartão de visita. É nele que mostramos quem somos, o que sabemos fazer e como podemos contribuir para uma empresa. Mas há uma questão que divide opiniões — devemos ou não incluir fotografia no currículo? E de certeza que já ponderas-te muitas vezes sobre esta questão.

É uma dúvida legítima. Em Portugal, ainda é comum vermos currículos com fotografia, mas será essa a melhor escolha? Neste artigo, partilhamos contigo as vantagens e desvantagens de incluir uma foto no currículo, para que possas tomar uma decisão mais acertada consoante os teus objetivos.

A favor da fotografia

Meter uma fotografia ao currículo pode tornar o documento mais pessoal e memorável. Os recrutadores recebem dezenas ou centenas de candidaturas para uma vaga de emprego, e ter uma fotografia num currículo pode ajudar a associar o seu nome a um rosto — o que pode facilitar a que se lembrem de ti.

Além disso, em profissões onde a apresentação visual é relevante (como atendimento ao público, comunicação, moda ou representação), a fotografia pode reforçar a tua imagem profissional. Uma boa fotografia transmite confiança, simpatia e profissionalismo — claro, desde que esteja de acordo com o contexto.

Os riscos de incluir fotografia

Apesar das possíveis vantagens, incluir uma fotografia também traz riscos. Um dos principais é o viés inconsciente. Sem nos apercebermos, todos temos preferências e preconceitos. Ao ver uma imagem, o recrutador pode, mesmo que involuntariamente, ser influenciado por fatores como idade, género, aparência ou etnia.

Além disso, em países como o Reino Unido, os EUA e até em algumas empresas multinacionais com presença em Portugal, é preferível não incluir fotografia no currículo. Nestes contextos, valoriza-se uma abordagem mais objetiva, centrada nas competências, experiência e resultados.

Então, o que devemos fazer?

Não há uma resposta certa para esta pergunta, mas deixamos aqui algumas dicas práticas:

• Se estás a candidatar-te a um emprego em Portugal, para uma empresa tradicional, e achas que a tua fotografia transmite uma imagem profissional, podes incluí-la. Certifica-te de que é uma fotografia recente, com boa iluminação, fundo neutro e vestuário adequado.
• Se estiveres a candidatar-te a uma vaga numa empresa internacional ou através de plataformas como o LinkedIn, pode ser mais seguro optar por um currículo sem fotografia. Nestes casos, a tua imagem está visível no perfil online, e o foco do currículo deve ser o conteúdo do teu currículo.
• Sempre que a empresa pede fotografia na oferta de emprego, não é preciso pensar no assunto, deves meter sempre. Porque muito provavelmente é um dos métodos de seleção.
• Por fim, se decidires incluir uma fotografia, evita selfies, fotos de férias ou com filtros muito carregados. O objetivo não é parecer casual ou divertido, mas sim demonstrar a seriedade e profissionalismo que o cargo exige.

Conclusão

O currículo com ou sem fotografia? Depende. Avalia o setor, o tipo de empresa e a cultura da organização. Acima de tudo, lembra-te de que a fotografia é apenas um detalhe — o mais importante deve ser sempre o conteúdo do teu currículo: a forma como te apresentas, as tuas competências, conquistas e motivação.

E se tiveres em dúvida, o melhor mesmo é testar. Podes preparar duas versões do seu currículo, de forma a perceber qual tem melhor o resultado.

No final, a melhor estratégia é aquela que te vai ajudar a elevar a tua carreira profissional e como queres que esta seja.