O que é necessário para ser Freelancer em Portugal

Por Ofertas de Emprego em Aconselhamento 06-11-2025


Ser freelancer é o sonho de muitos profissionais a ideia da liberdade para escolher projetos, horários possivelmente mais flexíveis e a possibilidade de trabalhar a partir de qualquer lugar. Mas a realidade vai muito além de apenas “trabalhar por conta própria”. Ser freelancer em Portugal implica conhecer regras, responsabilidades e preparar-se para uma nova forma de gerir a tua carreira.

Neste artigo explicamos o que é realmente necessário para começares como freelancer em Portugal, desde a parte legal até à gestão do teu negócio.


1. Abrir atividade nas Finanças

Antes de tudo vais precisar de abrir atividade nas Finanças, este é o primeiro passo para trabalhar legalmente como freelancer seja em Portugal ou em qualquer outro país.
Podes fazê-lo presencialmente num balcão das Finanças ou online através do Portal das Finanças, na área “Entregar” → “Declarações” → “Atividade”.

Terás de indicar:

  • O tipo de atividade (CAE ou código de profissão independente);

  • Se vais trabalhar com ou sem contabilidade organizada;

  • O regime de IVA (isenção ou regime normal).

Para quem está a começar e tem rendimentos baixos, o regime simplificado com isenção de IVA é normalmente o mais vantajoso. Se não te sentires à vontade com isto, também podes procurar ajuda profissional através de um contabilista, que te vai ajudar a tratar da contabilidade.


2. A Segurança Social

Depois de abrires atividade nas Finanças, a comunicação à Segurança Social é feita automaticamente, por isso não precisas de te inscrever. Como deixaste de ter um empregador, passa a ser da tua responsabilidade o pagamento das contribuições à Segurança Social. A declaração trimestral deve ser submetida até ao último dia do respetivo mês de entrega.

Durante o primeiro ano, normalmente estás isento de contribuições, o que ajuda a aliviar os custos iniciais. Após esse período, começas a contribuir mensalmente e podes escolher declarar um rendimento até 25% superior ou inferior (em intervalos de 5%) ao valor efetivamente obtido.

É com base nestas informações da declaração trimestral que a Segurança Social calcula o valor da contribuição mensal a pagar no mês da entrega e nos dois meses seguintes.


3. Preparar a tua estrutura de trabalho

Ser freelancer significa que és o teu próprio patrão. Isso significa que precisas de criar uma base sólida:

  • Espaço de trabalho: seja em casa ou num cowork, deve permitir-te manter o foco.

  • Equipamento: computador, software, Internet e todas as ferramentas específicas/necessárias para o teu negócio.

  • Organização: sistemas de gestão de clientes, orçamentos e faturas (podes usar programas certificados de faturação).

Além disso, prepara um portfólio com os teus melhores trabalhos — é a tua montra profissional e uma das principais ferramentas para conquistar clientes.


4. Definir preços e condições

Um erro comum de quem começa é não saber quanto cobrar. Antes de aceitares o primeiro projeto, deves calcular:

  • As tuas despesas fixas e variáveis;

  • Os impostos e contribuições;

  • O tempo médio que levas por tarefa.

Com base nisso, define o teu valor por hora ou por projeto. E lembra-te: o preço deve refletir não só o tempo, mas também o valor e a experiência que entregas.

Cria também contratos ou termos de serviço simples para garantir que ficas protegido em caso de cancelamentos ou atrasos de pagamento.


5. Encontrar clientes e promover o teu trabalho

As redes sociais e plataformas como LinkedIn, Behance, Workana ou Fiverr são excelentes pontos de partida. Mas, em Portugal, o boca-a-boca continua a ser uma das formas mais eficazes de crescer. Pede recomendações, participa em eventos da tua área e mantém uma presença online profissional e consistente.

Um site pessoal ou perfil atualizado nas redes profissionais pode fazer toda a diferença para transmitir confiança.


6. Manter uma boa gestão financeira

Como freelancer, és responsável por tudo: emitir faturas, declarar rendimentos, pagar IVA (se aplicável) e guardar as tuas despesas. Cria uma conta bancária dedicada ao trabalho, reserva uma percentagem mensal para impostos e mantém tudo registado. Podes também recorrer a aplicações de gestão financeira para acompanhar entradas, saídas e datas de pagamento.


Conclusão

Ser freelancer em Portugal é uma jornada de autonomia e responsabilidade. Requer organização, disciplina e vontade de aprender constantemente — mas também pode ser a chave para uma vida profissional mais equilibrada e alinhada com os teus objetivos pessoais. Com as bases certas, consegues transformar o teu talento num negócio sustentável e verdadeiramente teu.