Por Ofertas de Emprego em Curriculum Vitae 26-11-2025
Estás a rever o teu currículo e deparas-te com uma zona que não verificas à muito tempo, a morada, e questionas se deves mencionar ou não. A dúvida é comum: devo colocar ou não a morada no meu currículo? Com o aumento das candidaturas online, muitas pessoas questionam se ainda faz sentido partilhar o endereço completo com potenciais empregadores. A resposta depende do contexto — e neste artigo vamos explicar quando é vantajoso incluir a morada, quando é melhor omiti-la e como pode proteger a sua privacidade sem prejudicar as suas hipóteses de conseguir o emprego.
Durante anos, era prática comum incluir todos os dados pessoais no currículo: nome completo, morada, número de telemóvel/telefone, email e até o estado civil. No entanto, o mercado de trabalho mudou. Hoje, o foco deve estar nas competências, experiências e resultados, e não tanto na localização física do candidato.
Além disso, com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), muitas empresas evitam recolher informações desnecessárias durante o processo de recrutamento. Por isso, não é obrigatório colocar a morada completa — e, em muitos casos, pode até ser contraproducente.
Existem, contudo, situações em que indicar a localização pode ser benéfico. Eis alguns exemplos:
Empregos presenciais ou locais: se a função exige deslocações diárias (por exemplo, trabalhar numa loja, restaurante, fábrica ou escritório), o recrutador pode valorizar candidatos que vivem perto do local de trabalho.
– Nestes casos, basta indicares a cidade ou a freguesia, sem necessidade de colocar a morada completa.
Candidaturas no estrangeiro: se estás à procurar emprego fora de Portugal, é útil mencionar o país e a cidade, para o empregador perceber se será necessário apoio na mudança ou vistos.
Exigência na oferta de emprego: ainda hoje vemos muitas empresas a exigirem moradas completas nas ofertas de emprego, nesta situação deves colocar porque pode ser um fator de desqualificação.
Em contrapartida, há situações em que é preferível não indicares a morada:
Trabalho remoto: se a função é totalmente à distância, a morada é irrelevante. Indicar o país ou o fuso horário é suficiente.
Questões de privacidade: ao enviares candidaturas por email ou através de plataformas públicas, podes querer evitar divulgar o teu endereço completo para proteger a tua informação pessoal.
Risco de discriminação: infelizmente, ainda existem casos em que o local de residência pode influenciar a decisão de recrutamento. Se suspeitares que isso pode acontecer, não indiques a morada e concentra-te em destacar o teu talento e experiência profissional.
Se decidires incluir a morada (ou parte dela), opta por uma versão curta e informativa, por exemplo:
“Lisboa, Portugal”
“Porto (zona Boavista)”
“Almada / Margem Sul”
Esta abordagem mostra de onde és, sem expor detalhes pessoais. Outra alternativa é mencionar a disponibilidade para mobilidade ou trabalho remoto, o que transmite flexibilidade e interesse:
“Disponível para trabalho remoto ou presencial na zona de Lisboa.”
Mais importante do que a morada é garantir que o seu CV mostra quem és e o que sabes fazer. Foca-te em:
Resultados concretos (projetos, objetivos alcançados, números);
Formação e certificações atualizadas.
Um CV claro, adaptado à função e visualmente apelativo vale mais do que qualquer endereço.
Hoje, podes dizer que a morada no currículo é opcional. Usa o bom senso: se o local for relevante para o tipo de emprego, menciona apenas a cidade ou região. Caso contrário, poupa esse espaço para o que realmente interessa — as tuas competências, experiência e motivação.
Lembra-te: o objetivo do currículo é abrir portas, não revelar detalhes pessoais. Sê estratégico, direto e destaca o teu valor profissional. É isso que os recrutadores procuram.